RESENHA: O REI DA TERRA DO NUNCA

Um reconto dark de Peter Pan, escrito por Nikki St. Crowe é lançado no Brasil pela editora Universo dos Livros. 

Por dois séculos, todas as mulheres da família Darling desaparecem quando completam 18 anos. Algumas somem por dias, outras por meses, mas sempre voltam diferentes de quando se foram. Winnie Darling está prestes a completar 18 anos, e sua mãe tem tentado de tudo para impedir que a filha tenha o mesmo destino que ela e tantas outras ancestrais. Winnie por sua vez, acredita que a mãe tenha perdido a sanidade, afinal, é loucura acreditar que o próprio Peter Pan viria raptá-la. Mas as loucuras da mãe se provaram verdadeiras, quando um estranho aparece em sua casa e a leva para um lugar impossível de existir. Uma vez na Terra do Nunca, Winnie se encontrará presa não apenas com Peter Pan, mas também com os garotos perdidos. Peter Pan acredita que uma Darling roubou algo dele, e agora fará tudo para ter de volta. Winnie se verá na mesma situação que suas familiares, só resta saber se terá ou não o mesmo destino que as outras. Mas afinal, será que uma Darling é realmente a chave para o que Peter Pan tanto procura? Caberá a Winnie descobrir. 

Em primeiro lugar vou deixar claro que este livro é para maiores de idade e contém gatilhos. É um dark romance que traz um reconto de Peter Pan onde o garoto que não envelhece se enquadra na figura de um vilão.  

A premissa do livro é interessante e ter essa versão vilã de Pan é muito instigante. Mas, na minha opinião, a história tinha potencial para ser bem mais do que foi. 

A narrativa é fluida, mas o contexto é pobre. O livro apresenta para nós alguns mistérios, mas a história se concentra inteiramente em apresentar ao leitor cenas +18, deixando essas cenas como as principais e esquecendo de desenvolver o restante da trama. 

Winnie é uma garota com um passado díficil, mas isso é pouco abordado, deixando-a com uma imagem de uma mulher viciada em sexo. Até nos momentos mais inoportunos, essa é a única cartada que ela possui para lidar com a situação. 

Está certo que o livro é um dark romance, mas não é esse o problema. Cenas para adultos devem sim aparecer em livros desse gênero, mas além delas deve haver um desenvolvimento onde o leitor se sente inserido na história. Se retirássemos as cenas +18, o livro poderia ser lido em apenas três capítulos. 

Mas, apesar desse grande buraco na história, o final é apresentado de uma forma que instiga o leitor a querer saber o que vai acontecer no próximo livro. 

Por fim, no meu ponto de vista a história tinha tudo pra ser um dos melhores dark romances que já li, mas a Autora preferiu colocar em destaque apenas cenas +18, deixando o resto como plano de fundo, e com um desenvolvimento precário. Mas por ser o primeiro livro da série, ainda não vou desistir da história. 

Ressaltando novamente que esta é apenas a minha opinião, eu esperava mais e fui ler com altas expectativas e por isso acabei me decepcionando, mas cada um tem uma experiência única com cada livro, então se você se interessou na premissa, vale a pena conferir!